sábado, 31 de dezembro de 2011

Retrospectiva CXIFSul 2011 por Roger Minks

O ano de 2011 chegou ao fim. Foi mais um ano de trabalho duro da Coordenação de Projetos Culturais, na pessoa do Prof. Rony Soares Jr., e da diretoria do Clube de Xadrez IFSul, na minha pessoa, para que os enxadristas da nossa instituição pudessem desfrutar o máximo possível dos benefícios oferecidos pelo esporte.
Muitas horas de grande empenho e dedicação foram investidas na formação enxadrística de nossos competidores e na organização dos eventos dos quais participamos. Foram 40 competições em 14 municípios diferentes pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os membros da nossa equipe, graças a média de 3,333 torneios por mês, puderam conhecer vários lugares, fazer amizade com pessoas de outras localidades e absorver experiências de intercâmbio, trabalho em equipe, fraternidade e cooperação, além da cultura adquirida, muito importantes para formação sadia da bagagem cultural do aluno.
Fizemos coisas grandes em 2011. Neste ano tivemos o Campeão e Vice-campeão Sub 18 do I Campeonato Brasileiro de Triatlon Chess, Victor Timm e Roger Minks, respectivamente; Lucélia Vieira em destaque, sendo a primeira enxadrista pelotense a jogar uma final do Campeonato Brasileiro Feminino Absoluto; a melhor colocação de um pelotense no JERGS (Jogos Escolares do Rio Grande do Sul) de xadrez, com o 3º lugar de Roger Minks; dentre outras conquistas. Este foi o ano da corrida pelos ratings. Lucélia, Victor, Rony, Bruno, Gustavo e eu fizemos nossos ratings CBX. Anderson foi além e conseguiu também o rating FIDE. Foram dois IRT’s, o Circuito Oncosinos e um Regional Sul-brasileiro para isso. Montamos em Pelotas um mega-evento para possibilitar os enxadristas do CXIFSul, e de toda região de Pelotas, fazer ou movimentar seus ratings: o IRT Clube de Xadrez IFSul trouxe a Pelotas dois Mestres Internacionais de Xadrez, Alexandru Segal e Joara Chaves, ambos Campeões Brasileiros Absolutos em seus naipes. Foi um evento espetacular organizado magistralmente pelo Prof. Rony, que trabalhou arduamente por meses para realizar o evento, evidenciando o grande comprometimento de Rony com a evolução dos nossos alunos enxadristas, além de sua grande competência. Investimos também na ajuda às pessoas com deficiência, com a ideia de usar o xadrez como ferramenta de integração, lazer, e desenvolvimento intelectual: Rony e Lucélia ministraram um Curso de Xadrez para alunos com deficiência auditiva.
O fim de 2011 marcou dois anos da minha gestão como presidente do CXIFSul. Agora, olhando para trás, em retrospecto, sinto-me muito orgulhoso do trabalho que pude desempenhar com o xadrez escolar ao lado do Prof. Rony. 
O ano de 2010 já havia sido muito promissor, pois tínhamos uma equipe grande e experiente e com bom nível de jogo em âmbito do xadrez de categoria, que nos permitiu vencer as principais competições Sub 18 do Estado do Rio Grande do Sul, marcando nossa equipe como uma das mais fortes do Estado no xadrez escolar. Alguns de nossos enxadristas, como Anderson Martins e Victor Timm, evoluíram a um nível onde conseguiam participar de competições na categoria absoluta e apresentar excelentes desempenhos. Anderson, por exemplo, sagrou-se Campeão Bajeense de Xadrez com apenas 17 anos, de forma que começamos a obter bons resultados em torneios absolutos. Eu mesmo tive o privilégio de terminar 2010 na 5ª colocação do Campeonato Gaúcho Absoluto de Xadrez, aos 16 anos de idade.
Quando 2011 começou, no entanto, a outrora equipe vencedora do CXIFSul começou a se diluir. Felipe Ribeiro, Jéssica Martins, Leonardo Rodrigues e Diana Ness migraram para a equipe de basquete; Thales Ferrari, Rafael Neves e Thuany Campello saíram do Instituto; José Leite, Francilon Simões, Taniely Bório e Flávio Holz tiveram que se concentrarem mais nos estudos e no trabalho; sem mencionar outros tantos que se perderam no caminho. Começamos 2011 com apenas 4 enxadristas certos na equipe: Anderson Martins (que nem mais aluno era) Victor Timm, Lucélia Vieira e eu. Confesso que em alguns momentos tive vontade de chorar. Tinham os eventos para ir e quando tentava reunir a equipe só obtinha negativas. Apesar de sempre termos enxadristas ocasionais (aqueles que jogam um evento e outro, mas não que possuem comprometimento com o Clube), nos era necessário ter uma equipe fixa. E como proceder? Certo dia, no final de fevereiro, ainda no começo do semestre, estava no Clube observando os alunos novos do instituto que apareciam para jogar, e pensei que eles podiam ser a solução. Mas havia outro problema (mais um!): como fazê-los jogar em um nível aceitável para as competições? Até então, todos os enxadristas da equipe evoluíam em nível de jogo graças a esforços quase que estritamente pessoais totalmente furtados de método. E essa falta de método, esse mergulho às cegas no mundo da teoria do xadrez, infelizmente não nos dá data nem garantia de retorno.
Pensei na minha própria experiência e como foi difícil começar a estudar sozinho, assim como as dificuldades que tinha por causa da falta de um treinador para dizer por onde seguir. Foi aí que tive talvez a minha melhor ideia em todo meu tempo no CXIFSul: os guris iniciantes precisavam de um treinador, de um curso que os auxiliasse e os instruísse. Foi então que montei o Curso de Xadrez do CXIFSul, que ensina fundamentos básicos e intermediários de Teoria do Xadrez. E acertei na mosca: os guris passaram a evoluir muito rapidamente, pois seus esforços pessoais eram otimizados pelo planejamento do Curso.
É verdade que o Clube já havia oferecido cursos de xadrez antes de mim, mas nunca com um perfil tão aprofundado e extenso (depois de finalizado o Curso os enxadristas estudam nos Treinos Semanais da Equipe) e com um trabalho tão focalizado.
Hoje, quase um ano depois disso, vejo o quão importante foi minha decisão de construir o Curso de Xadrez, pois a nossa Equipe Titular atual é 60% formada por alunos que fizeram o Curso. A meninada do Curso, com poucos meses de treino, já pôde conquistar várias medalhas e alguns títulos no xadrez escolar Estado afora. É mérito deles essas conquistas. Eu só indiquei a trilha, e a maioria a percorreu de forma surpreendente.
Alguns me surpreenderam mais que os outros. Na verdade foi uma surpresa tão grande que acho necessário citar o caso de três marrecas.
Primeiramente, Bruno de Moraes Teixeira, o indisciplinado com disciplina. Sempre com o boné enfiado na cabeça e combinando estranhamente bermudas com meias até as panturrilhas, Bruno já era conhecido de outros carnavais da equipe do CXIFSul. Ele jogava xadrez na equipe da Escola Félix da Cunha, de forma que dos meus filhos, ele é único adotado. Apesar de ter sido o único dos meus alunos com alguma experiência, o Bruninho tinha, no começo do Curso, o estranho dom de fazer lances barbaramente criativos e ao mesmo tempo incrivelmente ruins. Era um pouco impulsivo (não mais do que Gabriel Silveira), mas isso já refletia seu espírito decidido. Foi o que mais rápido evoluiu. Em poucas semanas, ele já era o melhor enxadrista dentre os novos. Mesmo sendo um pouco desleixado, e com um conformismo que beira a total desorganização, Bruno é visivelmente dedicado as coisas que gosta e mostra talento inegável para jogar xadrez. Apontado por Daniel Pertuzatti e Anderson Martins para ser quem vai superar Victor e eu em curto prazo, Bruno necessita apenas, a meu ver, de um pouco mais de maturidade e foco. Também precisa se decidir em alguns aspectos de estilo de jogo, pois ele é aquele que diz que o xadrez se resume à tática e mesmo assim estuda avivadamente estratégia.  Tornou-se meu maior companheiro para jogar ping – é raro o intervalo de aula que eu não vá ao Clube surrar o Bruninho. Logo caiu nos tentáculos do maior vício do CXIFSul, o jogo de truco; e durante um período comecei a desconfiar que ele estava jogando mais truco do que xadrez. Muito perspicaz, e com sarcasmo bem colocado, Bruno não gosta de nada com hora marcada. Quantas vezes ele chegou atrasado à minha aula por ter parado na caminho para comprar um copo de Milk-shake... Também tem uma postura que as vezes faz eu chamá-lo de marginal, pois pratica bullying de forma descarada: pobre do Gabriel, ou Gordo, como é chamado. Para concluir o caso Bruno, deixo aqui uma reclamação: ele precisa parar com esse irritante hábito de querer ficar na minha frente nos torneios.
Depois, Gustavo dos Santos Cardoso, o anti-enxadrista que já ousou chamar Karpov de cagão. Possivelmente foi o único que não andou trilhando os caminhos do jogo tático. Possui estilo estratégico desde o começo, e Arthur Patroclo e eu temos parte da responsabilidade nesse aspecto devido a nossa influência. Aluno aplicado, tanto no xadrez como na eletrônica, Gustavo talvez tenha sido o menino de 14 anos mais dedicado que eu conheci. Rapidamente ele passou a dominar os tópicos que eu ensinava no Curso, e ao final deste, já sabia boa parte dos temas abordados nos Treinos da Equipe. Esse adiantamento, e um pouco de afobamento também, fez Gustavo sair em busca de conhecimentos mais profundos. Nessa busca, ele acabou esbarrando em Arthur Patroclo, que se surpreendeu com a determinação de Gustavo em aprender. Patroclo me disse: “Esse garoto vai me superar em dois meses. Você disse que vai ser mestre em um ano... ele é que vai ser!”. Talvez o mais disciplinado de todos (título que disputa com Isis e Joel), era inicialmente o mais tímido depois da sumida Adriana; timidez que ele pareceu suprimir totalmente nos últimos meses. Muito centrado, e o colega concorrente mais perigoso do Bruno para os títulos da categoria Sub 16, é o único enxadrista que eu conheço que possui um verdadeiro caso de amor com regulamentos e protocolos. Já começo a desconfiar que o êxtase de um torneio para ele seja o congresso técnico. Infelizmente isso pode acabar sendo prejudicial. Ele precisa entender que as regras são uma referência, e que sem sensibilidade suas aplicações tornam-se incoerentes. Já cheguei a pensar que Gustavo seria, um dia, meu sucessor com Presidente do Clube, mas hoje acho que ele tem uma inclinação muito maior para colaborar fraternalmente com seus colegas do que assumir uma posição de liderança. Dos que chegaram a um nível diferenciado, Gustavo é o que tem, a meu ver, maior compromisso com o Clube de Xadrez. Cumpri quase em sua totalidade seus compromissos como enxadrista da equipe. Ganhou minha admiração há poucas semanas, quando eu estava organizando a viagem para o Regional Sul Brasileiro em Dois Irmãos; ele chegou à minha sala e me perguntou: “Roger, eu vou poder ir a Dois Irmãos?”, e  lhe respondi que eu havia conseguido ajuda de custos apenas para o Bruno. Dias depois ele me disse “Será que tu podes colocar meu nome na lista de passageiros? Eu vou pagando minhas despesas.” Tirei o chapéu pro Gustavinho. Hoje ele é o meu enxadrista mais completo.
Por fim, Guilherme Corrêa Carvalho, que acha que eu não sei que ele me chama de nerd chato pelas minhas costas. Confesso que eu gostava mais dele no começo do ano, quando ele não era tão falante, pois agora ele não cala a boca um segundo. É possível que Guilherme tenha sido o enxadrista que entrou no Clube em pior situação: em seu primeiro torneio ficou em último lugar e esteve perto dessa posição no torneio seguinte. E partindo dessa perspectiva inicial tão desfavorável, foi o que teve a evolução mais surpreendente: dois meses depois de resultados tão ruins, Guilherme ficou em terceiro lugar (à frente de Gustavo Cardoso) em um torneio que teve como campeão e vice-campeão Gustavo Hernandez e Bruno Teixeira, respectivamente. Guilherme é um cara realmente inteligente. Depois que entende o princípio da coisa ele fez uma cara que expressa um “Ah! É assim...?” e depois o resto flui naturalmente. Apesar de eu já tê-lo visto inúmeras horas debruçado em cima de livros de xadrez, ainda continuo achando que boa parte das vitórias de Guilherme é fruto de uma intuição privilegiada. Às vezes realmente parece que ele “sente” a posição no tabuleiro. Para quem entrou no Curso nas últimas posições, Guilherme surpreendeu ao jogar de igual para igual com os que saíram à frente. Tornou-se quase que natural ver Guilherme na frente de Gustavo e Bruno (e eventualmente na frente até mesmo do Victor). Contudo, nem tudo são flores. Infelizmente Guilherme sofre aparentemente de “desorganização crônica”, uma doença que se torna mais grave quando ele esquece (ou finge esquecer) que a autoridade não é ele. Quando frustrado, ele resolve chutar o balde (ainda não digeri ao todo algumas atitudes dele no Regional Sul-Rio-Grandense Escolar), o que revela uma grande falta de maturidade. É verdade que isso pode ser culpa dos hormônios que estão a mil na idade dele, mas nada que a batuta não resolva (estou brincando, é claro). Como já disse, acho Guilherme inteligente. Por isso acredito na capacidade dele de identificar seus problemas internos e resolvê-los. Se assim o fizer, sem dúvida ele marcará seu nome na história do Clube de Xadrez.
Apesar de esses três terem tido destaque especial no ano de 2011, não pensem que eu esqueci os meus outros alunos. Todos eles, de uma forma o outra, me fizeram em algum momento sentir orgulho do trabalho realizado. Isis, Gilmar, Felipe Couto, e Jéssica Martins (que voltou a equipe dividindo tempo entre o basquete e o xadrez) e Gabriel tiveram também seus momentos de glória em 2011. Tenho certeza que o momento de Joel chegará em 2012. Todos estes que citei, e outros que por algum motivo começaram o ano conosco e tiveram que deixar a equipe no caminho, sem dúvida foram os responsáveis por boa parte das conquistas do CXIFSul neste ano que se foi. Foi para eles que eu dediquei, e ainda dedico, inúmeras horas do meu tempo, voluntariamente durante um longo período, mesmo prejudicando a mim mesmo como enxadrista em muitas ocasiões. Não me arrependo de nada. Sei que meus muitos erros foram tentando acertar o melhor para a gurizada. Meu único remorso é o que talvez fosse possível ter feito coisas a mais, maiores. Mas não há de ser nada... Temos um ano todo pela frente, e há quem diga que será o último. Pelo menos para mim será, como enxadrista e como Presidente do CXIFSul.


Um ótimo 2012 para todos!
Roger Minks

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Regional Sul Brasileiro de Xadrez 2011 – Taça Natal dos Anjos


O último torneio do calendário FGX de 2011, e também o último torneio da equipe do CXIFSul no ano, reuniu na cidade de Dois Irmãos, de 16 a 18 de dezembro de 2011, fortes enxadristas dos três estados da região sul do país. O torneio colocou várias coisas em jogo: ratings CBX e FIDE, 4 vagas para a semifinal do 79º Campeonato Brasileiro Absoluto de Xadrez 2012, além  de R$ 4000,00 em prêmios. Infelizmente, o Regional Sul coincidiu com a III Copa das Nações, em Santana do Livramento, de forma que muitos enxadristas de considerável calibre optaram por jogar na fronteira, o que prejudicou um pouco o evento em Dois Irmãos. Mesmo assim, o nível da competição na serra foi memorável; basta citar as presenças do MF Luiz Ney Menna Barreto, MF Charles Gauche, a máquina gaúcha de xadrez Eduardo Munoa, Felipe Menna Barreto, Daniel Pertuzatti, dentre outros.
Na crescente campanha do CXIFSul em melhorar o nível de seus enxadristas, a participação da equipe em Dois Irmãos teve por objetivo tentar a constituição dos blocos de partidas para a formação dos ratings FIDE dos nossos enxadristas. Nossa equipe foi constituída por Roger Minks, Arthur Patroclo, Victor Timm, Bruno Teixeira, Gustavo Cardoso e Lucélia Vieira, liderados pelo Prof. Rony Soares Jr.. Minks, que já possuía 5 partidas feitas no IRT CXIFSul conseguiu mais 2 partidas, faltando agora apenas 2 para fechar seu rating. Além de Minks, todos os outros membros sem rating da equipe conseguiram fazer partidas, de forma que nosso objetivo foi alcançado. A formação total dos ratings é uma meta agora para 2012.
Além disso, obtivemos destaque nas categorias de menores, nossa especialidade. No Sub 18, Victor Timm, que fez um excelente ano nas competições, sagrou-se Campeão após vencer uma belíssima partida na última rodada sobre a promessa de Dois Irmãos, o jovem Antônio Costa Curta Jr.. Ainda no Sub 18, tivemos Roger Minks com o vice-campeonato. No Sub 16, Bruno Teixeira encerrou com ouro a sua notável ascensão de 2011, ficando Gustavo Cardoso com o 2º lugar.
Já é um consenso no Clube que as experiências de viagem sempre superam o Torneio, e dessa vez não foi diferente. Daniel Pertuzatti, que viajou de carona com a nossa equipe, parece não se convencer da necessidade de efetuar as inscrições com antecedência; de qualquer forma, o 9º lugar e R$ 100,00 na carteira acabaram por ser um excelente resultado para alguém que até 30 minutos antes da saída de Pelotas ainda sabia se iria ao Torneio. Os atrasos dos artistas mais uma vez se fizeram presentes: teve gente chegando com meia de atraso, toda escabelada e com uma mala estupidamente enorme (apesar de que tal mala mostrou-se um excelente apoio para os pés durante a viagem). Pela enésima vez, Rony esqueceu o GPS, mas o nosso saudoso Novack, exímio condutor, possui um GPS infalível: o bom e velho gogó. 
O trânsito não os ajudou em nada. O congestionamento na saída de Porto Alegre era tamanho, que demoramos quase 1 hora da percorrer a distância entre a ponte do Guaíba e a entrada de Sapucaia do Sul. Foi uma grande surpresa conseguir chegar a tempo da primeira rodada. Na verdade isso só foi possível porque o torneio começou duas horas após o programado.
A primeira rodada, na sexta-feira à noite, e a segunda rodada, no sábado pela manhã, foram realizadas na Praça dos Imigrantes. Se desconsiderarmos o toldo de acrílico sob o qual foram montadas as mesas, podemos dizer que essas rodadas ocorreram ao ar livre. A idéia disso, segundo a organização, era divulgar o xadrez para a comunidade realizando o evento em local público. Sem dúvida a iniciativa foi louvável, mas infelizmente alguns pontos muito importantes foram desconsiderados. Por ser um local aberto, os enxadristas tiveram que suportar os ruídos típicos de uma cidade, como, por exemplo, o trânsito fluindo a aproximadamente de 20 metros das mesas. Música, pelo menos, não faltou! Com gêneros dos mais diversos, os carros passavam com o volume do som na estratosfera; haviam também músicas natalinas tocando em alto-falantes instalados nas árvores da praça; tinham ainda as músicas que provinham de um parque de diversões instalado atrás da praça. Foi um prato cheio para aqueles que preferem se concentrar em suas partidas em meio a variados efeitos sonoros. Talvez o item mais problemático tenha sido as instalações dos jogos na praça. Os enxadristas tiveram que passar sentados por horas em bancos sem encosto; um verdadeiro desafio para a coluna.
Em relação à idéia de divulgar o xadrez fazendo um torneio em local público, também há uma coisa que achamos dever ser observada. Talvez o ideal fosse realizar um Torneio de Xadrez Blitz, que sem dúvida chama mais a atenção. Da forma como foi feita, parece que se incentivou a errônea crença popular de que o xadrez é um jogo chato. Não podemos culpar as pessoas por acharem isso, pois tudo que elas viram foi uma procissão de gente pensando esporadicamente por horas em cima de um tabuleiro.
As outras rodadas foram realizadas em local bem mais propício. Foi em um salão silencioso perto da Praça dos Imigrantes, com acomodações dignas para jogar xadrez confortavelmente.
Na pousada em que ficamos instalados encontramos ótimas instalações por preços bem camaradas. Lucélia desfrutou sozinha de um dos quartos enquanto que os guris se amontoaram no outro, com Natanael Noronha fazendo compania para a equipe, além de Pertuzatti, é claro.
Foi na pousada que todos, cada um a seu modo, relaxaram dos estresses causados pelo torneio. Patroclo, fazendo defesa aos seus hábitos esquisitos, ensaiou estranhas técnicas de meditação zen e contagiou Natanael, que andava pelo salão de jogos praticando respiração relaxante. Victor, Gustavo e Bruno ficaram aflitos para conseguir instalar na TV do quarto o play station que levaram, acabaram tendo pouco tempo para jogar, e o fizeram em raríssimas ocasiões, na verdade sem a presença de Bruno, trancados no quarto (é o que alegam Victor e Gustavo, que disseram que estavam apenas jogando...). As demais marrecas utilizaram-se de um método bem mais tradicional, e normal, para relaxarem: o infalível cochilo!
Tirando os empecilhos já citados, e uma ou outra alegação de “peça tocada é peça jogada!”, o torneio transcorreu muito bem, e dentro de seus objetivos pode ser considerado um sucesso.
A viagem até serviu para revermos um velho filho do Clube de Xadrez Pelotense, Israel Kruger, que faz alguns anos que mora em Curitiba e estava jogando em Dois Irmãos. Israel pegou carona conosco até São Lourenço na volta, e foi o mediador do duelo “Patroclo VS Pertuzatti” em quem joga melhor as cegas, parte 1 e 2. Foi uma oportunidade nostálgica de relembrar outras eras do xadrez gaúcho, e como o Prof. Paulo Costa influenciou gerações de enxadristas em Pelotas – Urrg! São uns idiotas, tchê!
Por fim, como a burrice sempre tem um preço, Bruninho deixou um presente para Dois Irmãos: um belo par de tênis.

Confira aqui o Resultado Final do Torneio.
Informações Técnicas do Evento e fotos nos portais Recanto do Xadrez e Xadrez Gaúcho

 Patroclo e o inseparável caderninho de notas

Truco parte 1 (com Pertuzatti no meio)

 Truco parte 2
 Gustavo só observando

 Em homenagem ao aniversário de Minks

 Xadrez Gigante

 Excelentes instalações

 As três primeiras mesas (onde os Menna Barretos se instalaram confortavelmente)

Lucas Boff (de volta do Mundial da Juventude) VS André Gazola

Lucélia Vieira VS Armando Scharlau

Kruger maltrando crianças

Haja costas!

Munoa apavorando o jovem alemão

Victor Timm (comendo os dedos) VS Daniel Pertuzatti (rindo de sua vítima)

Rony: "Que cagada..." / Minks: "Me chamaram...?"

Uma hora para Patroclo se convencer do fatídico empate

As Marrecas ao sol

Maikon Diel e Gustavo Cardoso

 Maikon Diel, Bruno Teixeira, Gustavo Cardoso e Rony Soares Jr.

Maikon Diel, Victor Timm, Roger Minks, Renan Figur e Rony Soares Jr. 


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

III Torneio Sul-Rio-Grandense Escolar de Xadrez - Resultados

Sábado, 10/12, Pelotas encerrou seu calendário de Torneios 2011 com o III Torneio Sul-Rio-Grandense Escolar de Xadrez, que reuniu no Clube de Xadrez IFSul 42 enxadristas nas categorias sub 8, sub 10, sub 12, sub 14, sub 16 e sub 18.
A tarde da competição foi iniciada com uma simultânea realizada pelo atual 3º melhor enxadrista do Estado (segundo o Campeonato Gaúcho Absoluto de Xadrez 2011), Daniel Pertuzatti, que jogou ao mesmo tempo contra 30 adversários das diferentes categorias do Torneio. Pertuzatti saiu invicto com 26 vitórias e 4 empates. Os enxadristas que empataram com Pertuzatti foram Bruno Teixeira do IFSul (que merece ser preso por empatar com dois peões passados e unidos a mais em um final de torres), Vitoria Milech da Escola Félix da Cunha, Dejones Seles da cidade de Turuçu, e Rafael Alexandre da cidade de Rio Grande.
A organização do evento ficou por conta de Agustin Jardel da Rosa Ribeiro, Presidente do Clube de Xadrez Pelotense e Professor de Xadrez da Escola Mário Quintana, e a arbitragem a cargo do AA Augusto Soares, com valiosas colaborações de Altino Mayrink.

Equipe do IFSul: Sub 16: Bruno Teixeira, Guilherme Carvalho, Rodrigo Ulguim. -- Sub 18: Roger Minks.

Sub 18

Pódio Masculino

1º) Roger Minks - IFSul
2º) Wincliston Lopes

Pódio Feminino

1ª) Fernanda Holz

Sub 16

Pódio Masculino

1º) Rafael Botelho
2º) Bruno Teixeira - IFSul
3º) Rodrigo Ulguim - IFSul

Pódio Feminino

1ª) Victoria Milech

Sub 14

Pódio Masculino

1º) Felipe Stander
2º) Dejones Seles
3º) Carlos Joel

Pódio Feminino

1ª) Francine Borchardt
2ª) Franciele Borchardt


Sub 12

Pódio Masculino

1º) Rafael Alexandre
2º) Gabriel Teixeira
3º) Marsel Costa

Pódio Feminino

1ª) Francine Castilho
2ª) Mariana Souza
2ª) Geovana Weinert


Sub 10

Pódio Masculino

1º) Juliano Nunes

Pódio Feminino

1ª) Maria Serrat

Sub 8

Pódio Masculino

1º) Henrique Machado

Confira abaixo os resultados gerais e as fotos 

Categorias Sub 18 - Sub 16 - Sub 14
(clique na imagem para ampliar)


Categorias Sub 12 - Sub 10 - Sub 8
 (clique na imagem para ampliar)







"Não creio..."

"Ãh?"

"O que será que esse cabeludo quer...?" 

A sentada sorrateira de Arhur Patroclo (sem trocadilhos) 


A tranquilidade após jogar 1. ... a6 é comovente




 Aaaaaatim!



"Os lances do Daniel são tão fracos que eu prefiro me concentrar em 'Um Comedor de Ópio'"

"Que tédio..."

A displicência

 Trio Parada Dura

Só faltava a pipoca e o chimarrão. 

Joaninha pega desprevenida 












"Arre! Tô sem ideias..."






The Challenger



 "Tanta produción para absolutamente nada!"

"We are the champions, my friend..."



"Todos os problemas são culpa do Minks..."